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Oito pessoas da mesma família são contaminadas com bactéria rara em Rondônia

Pacientes foram contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum após a ingestão de uma maionese preparada com milho em conserva.

Durante o almoço do domingo (10), oito pessoas de uma mesma família, foram contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum, após a ingestão de uma maionese preparada com milho em conserva. Todos são moradores de São Miguel do Guaporé (RO). A bactéria causa a doença de ‘Botulismo’.

Desses pacientes, quatro estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Cacoal (RO) e uma no Hospital de Urgência e Emergência (Heuro), também de Cacoal. Os outros três, sendo um adulto e duas crianças, permanecem em São Miguel, já que não precisaram de internação. O setor de vigilância em saúde de Cacoal, alerta que não foi confirmado surto de Botulismo no local.

A coordenadora de vigilância em saúde de Cacoal, Ivani Gromann, disse que Botulismo é uma doença bacteriana rara, grave, podendo ser fatal e não contagiosa. Essa bactéria rara pode entrar no organismo por meio de machucados ou pela ingestão de alimentos enlatados preservados de forma inadequada.

“Horas após a pessoa ingerir o alimento contaminado já começa a apresentar visão dupla e em seguida uma paralisia progressiva, que atinge boca, olhos e os principais órgãos. Se não tratada pode levar ao óbito”, explicou Gromann.

E foram esses os sintomas que os membros da família começaram a apresentar logo após o almoço. Eles foram transferidos para Cacoal na madrugada da segunda-feira (11) e era necessário serem medicados com o soro antibotulínico, porém como se trata de uma bactéria rara, o município não possuía a medicação e foi preciso que Porto Velho enviasse por transporte aéreo.

“Todos foram medicados com o soro ainda na segunda-feira, exceto a paciente que não está em estado grave. Ela segue internada no Heuro e a previsão é que o soro chegue hoje [quarta-feira 13] de Brasília (DF), para que ela e os demais membros da família que não estão internados também sejam medicados”, afirmou Ivani.

Apesar de já estarem medicados com o soro antibotulínico, os quatro pacientes ainda estão em estado grave e continuam internados na UTI. Os demais membros da família são acompanhados por uma equipe em São Miguel do Guaporé.

“Eles estão bem, mesmo assim, o Ministério da Saúde está encaminhando mais ampolas do soro, para que eles também sejam medicados. A previsão é que chegue em Porto Velho hoje de avião, e o medicamento seja encaminhado para Cacoal também via transporte aéreo ainda hoje”, afirmou.

Ivani explica que a maioria das bactérias do Botulismo está presente principalmente nos alimentos enlatados, porém não é possível confirmar ainda de qual alimento partiu a bactéria, a suspeita é de milho em conserva.

“Na terça-feira [12] enviamos para o Laboratório Central de Porto Velho [Lacen], amostras de sangue de todos os oito pacientes para confirmar o surto, pois hoje temos apenas a suspeita do surto. Achamos que pode ter sido um milho em conserva, pois foi o único alimento enlatado utilizado pela família para o preparo da maionese que todos comeram no almoço, no entanto, a vigilância de São Miguel enviou para a capital amostras de todos os alimentos que haviam na geladeira da casa onde o almoço foi preparado”, detalhou a coordenadora.

Prevenção

Por medidas preventivas, a vigilância epidemiológica de São Miguel do Guaporé, junto com o Lacen de Porto Velho e o CIEVS, que é o departamento responsável por parte de surtos em Rondônia, estão tomando alguns cuidados.

“São Miguel tomou todos os cuidados de coletar os alimentos para análise, mas a princípio não dá para pegar uma marca de produto e fazer uma análise, pois não tem nada confirmado. Estamos no processo de análise e os profissionais estão tomando as devidas providências”, disse a coordenadora.

Fonte: G1 RO

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