Vilhena: Polícia Civil conclui inquérito e inocenta pastor evangélico acusado de doar marmita com caco de vidro a colombiano
Religioso mandou mensagem de otimismo: “Não parem de ajudar quem precisa”
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 06, o delegado Núbio Lopes de Oliveira, acompanhado pela advogada Pamela Abdalla, que representa o religioso envolvido no caso, revelou que não houve crime. O inquérito foi encerrado no dia 03 de junho. Lembre aqui.
De acordo com o delegado, foram realizados exames no colombiano Espinosa Renteria, que comprovaram que ele estava muito bem de saúde após consumir o alimento doado. Lopes de Oliveira também revelou que a marmita que ele alegava conter pedaços de vidro foi analisada por peritos da Polícia Técnica Científica – POLITEC, que não encontrou nenhum fragmento do material alegado pelo malabarista.
“Não houve nenhum crime de tentativa de homicídio, lesão corporal, não houve absolutamente nada, contudo, para que a gente conhecesse os fatos e hoje poder fazer essas afirmações, eu precisava estar apoiado em algumas provas. A primeira delas, quando a pretensa vítima compareceu até o posto da PM na praça. Os policiais militares, à primeira vista, apesar do desespero do Espinosa, não viram nada de anormal na marmita. Ele foi levado para o Hospital Regional, e submetido a exames que não apontaram nada de irregular”, disse o delegado, revelando que na perícia da marmita o perito fez uma observação de que havia cristais de sal grosso usados no tempero da carne assada, e que o homem poderia ter confundido.
O delegado elogiou ainda a atitude do pastor de procurar a UNISP para esclarecer os fatos. E, quando foi ouvido, apresentando o extrato do cartão de débito onde consta a data, o valor e o local onde ele comprou as marmitas. “Eu destaco aqui a postura desse cidadão, de compaixão, solidariedade e honradez. Veio aqui na delegacia explicar a situação, esteve sempre à disposição, é um testemunho digno de registro, não apenas como líder religioso, mas também como cidadão”, disse o delegado.
A advogada Pamela Abdalla disse à imprensa que o caso trouxe muitos transtornos para a vida do pastor, que mora em Vilhena desde 1984. “Infelizmente, a sociedade, não como um todo, mas em boa parte, deu credibilidade para uma pessoa que estava em Vilhena há menos de 3 horas. Não buscou saber da investigação, porque no mesmo dia ele se identificou na delegacia, como o Dr. Núbio já mencionou. Porque ele queria que tudo se esclarecesse, porque ele ficou muito assustado”, disse a advogada.
A defensora trouxe uma mensagem do pastor. “Ele me pediu para passar uma mensagem para todos: não desistam das pessoas, isso que aconteceu comigo foi um caso ruim, mas existem pessoas que precisam e espero que isso não seja o motivo para que parem de ajudar os outros”.
Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci