A primeira Copa do Mundo nunca se esquece. A nossa veio em 29 de julho de 1958, na Suécia.
O selecionado brasileiro chegava avalizado por uma campanha comparável a das melhores seleções da época, logo, a confiança de resultados positivos com vistas ao título inédito era grande.
Ademais, o escrete comandado pelo treinador Vicente Feola é considerado, até hoje, o melhor de todos os tempos.
A campanha só não foi perfeita porque os ingleses arrancaram um zero a zero na primeira fase, empate que levou Feola a mudar algumas peças; Vavá, Garrincha e o menino Pelé, tornaram-se, então, titulares. Vamos à campanha!
O Brasil estreou aplicando um sonoro 3 x 0 na Áustria. Era 8 de junho de 1958, naquela ocasião marcaram Mazzola, duas vezes, e Nílton Santos. 11 de junho, o Brasil enfrenta a seleção da Inglaterra e não consegue desenvolver o mesmo jogo da partida anterior, o ferrolho inglês funciona e a partida termina em um zero a zero decepcionante.
Com três alterações na equipe, Vavá, o “peito de aço”, Garrincha, que pouco tempo depois seria alcunhado por Nélson Rodrigues de “o anjo das pernas tortas”, e Pelé que ainda não era o “rei”, o Brasil encara a União Soviética.
Descansada, a seleção pisa o gramado naquele 15 de junho, Vavá marca duas vezes e o Brasil avança.
Invicta, sem tomar nenhum gol, a seleção brasileira faz em 19 de junho, mais um jogo, desta vez contra o País de Gales.
Os galeses endureceram o jogo, mas o Brasil se manteve calmo e soube vencer. Aos 21 minutos do segundo tempo, Pelé marca seu primeiro gol em uma copa do mundo e determina a vitória brasileira.
24 de junho de 1958, o Brasil está na semifinal, do outro lado, a seleção da França e do artilheiro Just Fontaine (foram 13 gols, até hoje o maior goleador em uma única edição).
Logo aos dois minutos de jogo, Vavá abre o placar, mas aos nove, Fontaine empata. Prenúncio de uma partida de muitos gols e sofrimento.
Didi, o “folha seca”, desempata aos trinta e nove, e o Brasil vai para o segundo tempo em vantagem. Lembram-se do menino Pelé? Foram três gols e uma seleção francesa enlouquecida.
O Brasil abre cinco a um em uma semifinal de copa do mundo, fora o espetáculo.
Os franceses descontaram no fim do jogo com Plantoni. Cinco a dois e o direito de ir à final contra os anfitriões.
No Estádio Rasunda, em Estocolmo, o Brasil tinha a chance de purgar 1950 e sagrar-se campeão do mundo.
Não sem um susto antes, na verdade, aos quatro minutos de jogo, Liedholm fez um a zero para a Suécia.
Aí uma cena antológica, Didi pega a bola no fundo das redes e caminha lentamente até o meio de campo, nenhuma palavra ou gesto, exceto o caminhar tranquilo. Foi a deixa.
Aos nove minutos, Vavá empata e aos trinta dois desempata. O primeiro tempo terminou assim, brasileiros na frente e os suecos preocupados. Logo aos dez minutos do segundo tempo, Pelé assinala o terceiro gol brasileiro, aos vinte e três, é a vez de Zagallo.
Aos trinta e cinco minutos, os suecos esboçaram alguma reação e marcaram o segundo gol com Simonsson. E tudo parecia decidido.
Não estava. Aos quarenta e cinco minutos, Pelé recebe dentro da grande área, chapelou dois adversários e sem deixar a bola tocar o chão dispara, era o quinto gol brasileiro, era a nossa primeira estrela conquistada.
Fonte: Assessoria