Policial

Feminicídio: mulher foi esfaqueada em construção e morreu durante a fuga

Mulher era usuária de drogas. Polícia Civil investigará o caso

O feminicídio foi registrado por volta das 19h50 deste sábado, 05 de Janeiro, na avenida Perimetral, no bairro Jardim Primavera, em Vilhena. Este é o primeiro homicídio do ano de 2.019 em Vilhena/RO. Veja aqui.

Uma mulher identificada  como Eliana da Silva Barros, de 38 anos, de aproximadamente 45 anos, conhecida no mundo policial por ter envolvimento com drogas, no caso, ser usuária de entorpecentes, estaria dentro de uma construção com outras pessoas, ainda não identificadas, quando foi atacada por uma facada no pescoço, causando um corte de cerca de 10 centímetros.

Apesar do grave ferimento, Eliane correu para a avenida Perimetral e tentou pedir ajuda, quando perdeu suas forças e caiu em frente a uma borracharia, vindo a óbito antes mesmo da chegada da equipe do Corpo de Bombeiros Militar.

Guarnições da Polícia Militar preservaram a área até a realização de perícia por parte da Polícia Técnico-Científica (POLITEC). Após isto, o corpo foi liberado a uma funerária de plantão.

Ainda conforme levantamentos, a mulher, que é mãe de dois adolescentes; sempre passava pela localidade para ir em uma “boca de fumo” comprar drogas e que por algumas vezes se prostituia para conseguir adquirir entorpecentes e que por vezes, discutiu com outros usuários.

Equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)  da Polícia Civil estão no local e tentam apurar quem seria ou seriam as pessoas que estavam com a vítima na construção onde ocorreu o atentado que culminou na morte de Eliane, bem como, quem foi o autor do crime.

Este é o primeiro caso de homicídio registrado no corrente ano de 2.019 na cidade de Vilhena/RO.

Informações Adicionais:

A matéria ressalta que o caso trata-se de um Feminicídio, previsto na Lei nº 13.104/2015. No caso em questão, o crime que segue sendo investigado pela Polícia Civil pode ser um Feminicídio.  Sobre alguns dos conceitos de feminicídio, como pode ocorrer neste caso, podemos enquadra-lo no crime de Feminicídio por Prostituição ou Ocupações Estigmatizadas, que trata-se da morte de uma mulher que exerce prostituição e/ou outra ocupação (como strippers, garçonetes, massagistas ou dançarinas de casas noturnas), cometida por um ou vários homens. Inclui os casos nos quais o(s) agressor(es) assassina(m) a mulher motivado(s) pelo ódio e misoginia que a condição de prostituta da vítima desperta nele(s). Esta modalidade evidencia o peso de estigmatização social e justificação da ação criminosa por parte dos sujeitos: “ela merecia”; “ela fez por onde”; “era uma mulher má”; “a vida dela não valia nada”. Temos também a possibilidade de que este caso possa tratar-se de um Feminicídio Não Íntimo, que é a morte de uma mulher cometida por um homem desconhecido, com quem a vítima não tinha nenhum tipo de relação. Por exemplo, uma agressão que culmina no assassinato de uma mulher por um estranho. Considera-se, também, o caso do vizinho que mata sua vizinha sem que existisse, entre ambos, algum tipo de relação ou vínculo. No caso em questão, através de relatos ouvidos pelo jornal no local dos fatos, foi evidenciado que a vítima costumava prostituir-se para comprar drogas, o que indica que o homicídio possa ter ocorrido pelo fato de um desses programas. Lembrando que Feminicídio trata-se de  uma circunstância qualificadora do crime de homicídio, previsto no Artigo 121 do Código Penal, sobre homicídios (crimes contra a vida). Portanto, trata-se apenas de uma qualificadora do crime de homicídio, a qual, no inquérito em questão, será investigada pelo DHPP/Vilhena-RO.

A reportagem pede desculpas caso tenha ocorrido algum erro no ponto de vista quanto a Lei aplicada no crime brutal registrado neste sábado. Todavia, aguardaremos as investigações da Polícia Civil que qualificaram o crime conforme entendimento da Justiça.

 

Carlos Mont Serrate/Claudemir Sabino

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