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Ataque na Arábia Saudita provoca maior corte de produção de petróleo na história

Regime iraniano nega, mas afirma que ofensiva foi uma reação iemenita aos ataques da coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen.

A coalizão liderada pelo governo da Arábia Saudita no Iêmen afirmou nesta segunda-feira, 16 de Setembro, que o armamento utilizado no ataque a instalações da petroleira Aramco foram fabricadas no Irã. O regime iraniano nega.

A ofensiva, ocorrida no sábado, reduziu o abastecimento de petróleo no mundo e despertou o temor de uma escalada militar entre os Estados Unidos e o Irã.

“A investigação segue, e todas as indicações mostram que as armas usadas provêm do Irã”, declarou o porta-voz da coalizão, o coronel Turki al-Maliki, em Riad, na Arábia Saudita.

O militar acrescentou que o grupo investiga a origem dos disparos. A Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo e um peso pesado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O ataque fez a produção de petróleo da Arábia Saudita cair pela metade e elevou os preços do produto em todo o mundo. Entenda aqui os possíveis impactos.

As autoridades do Kuwait também abriram uma investigação porque, segundo relatos locais, um drone invadiu o espaço aéreo do país e sobrevoou o palácio do emir kuwaitiano no sábado – mesmo dia do ataque à Arábia Saudita.

Rebeldes houthis – grupo militante xiita do Iêmen apoiado pelo Irã – reivindicaram a autoria da ofensiva contra a petroleira. A Arábia Saudita iniciou a intervenção na guerra iemenita em 2015 em apoio ao governo local.

Mundo repercute ataque

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que “parece” que o Irã é o responsável e disse se dispor a ajudar a Arábia Saudita, mas também declarou que gostaria de “evitar” uma guerra com o regime de Teerã.

Além disso, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse não haver provas de que este “ataque sem precedentes contra o abastecimento energético mundial” tenha origem no Iêmen.

Em tom mais agressivo, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, declarou que os Estados Unidos vão “defender” a ordem internacional, que está sendo enfraquecida pelo Irã.

“Os militares dos Estados Unidos (…) estão trabalhando com nossos parceiros para fazer frente a este ataque sem precedentes e para defender a ordem internacional, com base em um sistema de regras, contra a tentativa de debilitá-lo” por parte do Irã.

Teerã rebateu, julgando essas acusações “sem sentido” e “incompreensíveis”, segundo o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Abas Musavi.

O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse que os ataques são uma reação aos constantes bombardeios sauditas ao Iêmen.

“O povo do Iêmen foi obrigado a reagir. Está apenas se defendendo”, declarou Rohani.

O presidente da RússiaVladimir Putin – que, inclusive, estava em reunião com Rohani na Turquia – propôs à Arábia Saudita a compra de “sistemas de mísseis russos” antiaéreos para “proteger seu território” e “qualquer local de infraestrutura”.

De onde partiu o ataque?

Os rebeldes houthis insistem na autoria dos ataques e, nesta segunda-feira, chegaram a ameaçar uma nova ofensiva contra alvos na Arábia Saudita.

“Temos o ‘braço longo’ e ele pode alcançar qualquer lugar, a qualquer momento”, advertiu o porta-voz militar do grupo, Yahiya Saree.

No entanto, o coronel Al-Maliki, que representa a Arábia Saudita na coalizão governista no Iêmen, nega que os ataques tenham partido do território iemenita. O militar chamou os houthis de “instrumento nas mãos do regime terrorista iraniano”.

O enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffths, negou que o Conselho de Segurança saiba com detalhes quem está por trás dos ataques. Porém, ele alerta que o fato de os houthis terem assumido responsabilidade “é algo grave”.

“Este tipo de ação coloca o Iêmen em risco de um conflito regional” e de uma “escalada militar preocupante”.

Efeitos do ataque

Os ataques de sábado à usina de Abqaiq e ao campo de Khurais, no leste reduziram a produção saudita pela metade, para 5,7 milhões barris por dia, cerca de 6% da oferta mundial.

Com isso, os preços do petróleo dispararam. No fechamento desta segunda-feira, o barril americano do WTI ganhou 14,7%, a 62,90 dólares, e o barril do Brent do mar do Norte subiu 14,6%, a 69,02 dólares.

Donald Trump minimizou os efeitos econômicos do ataque em declarações nas redes sociais nesta segunda-feira. Segundo ele, os EUA não precisam de petróleo nem gás do Oriente Médio.

“Somos um exportador de energia e, agora, o produtor de energia número um no mundo”, tuitou.

Na mesma linha, o secretário norte-americano de Energia, Rick Perry, tentou conter a explosão dos preços do cru, destacando a “quantidade substancial de petróleo disponível”.

Perry disse ser “prematuro” falar da necessidade de se recorrer às reservas estratégicas dos Estados Unidos, enquanto ainda se avalia o dano à produção saudita.

Fonte: G1 Brasil

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