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Operação Dolos: PF diz que funcionários de bancos do AC e RO agiam como conselheiros de membros de facções criminosas

Prisões ocorreram na Operação Dolos, deflagrada pela Polícia Federal no Acre neste sábado (20). Ação cumpre mais de 140 mandados judiciais no Acre e mais 11 estados.

Operação Dolos identificou o envolvimento de funcionários de bancos do Acre que serviam como conselheiros de pessoas envolvidas com organizações criminosas investigadas na ação. A informação foi confirmada pela Polícia Federal durante coletiva neste sábado (20). A PF não informou em quais bancos os investigados trabalhavam e nem se eram públicos ou privados.

A ação cumpre mais de 140 mandados judiciais no Acre e mais 11 estados do país. A operação foi deflagrada neste sábado e visa combater organizações criminosas e o tráfico de drogas.

Ao total, estão sendo cumpridas 146 ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal do Acre, dentre as quais, 53 mandados de prisões temporárias, 22 mandados de prisões preventivas e 71 mandados de busca e apreensões, algumas delas realizadas no interior de presídios acreanos.

“Foi uma investigação demorada para bloquear e pegar o patrimônio, a parte estrutural, da organização. Inclusive, com a prisão de pessoas do sistema bancário que ajudavam essas organizações criminosas. São servidores que cometeram ilícitos, mas as instituições prestaram total apoio no esclarecimento dessa situação”, explicou o delegado responsável pela ação, Fares Feghali.

Ainda segundo o delegado, os funcionários agiam como conselheiros, que orientavam as pessoas envolvidas com as fracções a sacarem e movimentarem o dinheiro.

“São criminosos que estavam inseridos dentro dos bancos. Não podemos dizer, por enquanto, em que tipo de banco essas pessoas trabalhavam, mas os bancos foram totalmente transparentes com a equipe de investigação”, complementou.

Ao todo, a polícia diz que prendeu 16 pessoas na operação, entre elas os funcionários dos bancos. O número específico de funcionários presos não foi divulgado. Houve ainda presos de presídios do Acre identificados na ação e tiveram mandados de prisão expedidos pelos crimes.

“Tratava de uma estrutura financeira altamente não só complexa, mas de alto padrão econômico. Em apenas um ano de análise tivemos mais de R$ 10 milhões movimentados. Foram realizadas buscas e prisões dentro de presídios. Há uma nova ordem de prisão contra eles [presos], e também foram buscados para interrogatório para esclarecer a participação nessa situação”, complementou.

Núcleo no Acre e Rondônia

A Polícia Federal informou também que foram identificadas três facções criminosas envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Uma dessas organizações atua em diversos estados do país, mas o núcleo de comando estava no Acre e em Rondônia (RO).

“É preciso deixar bem claro que o Acre é um ponto de relevante interesse para o tráfico de drogas, é uma região de fronteira, e o crime se instalou aqui e se espalhou pelo resto do Brasil. O núcleo era aqui e no estado de Rondônia e fazia uma cadeia de lavagem de dinheiro por todos os estados. Hoje se deflagrou [a operação] em todas as regiões do país”, ressaltou o delegado.

Feghali confirmou também que a operação atingiu os principais líderes das organizações criminosas. A polícia afirmou que as equipes continuam nas ruas cumprindo as medidas judicias em todo país. Os estados onde estão sendo cumpridas as medidas não foram divulgados pela polícia.

“As facções possuem uma estrutura em forma de pirâmide, e hoje entendemos que alcançamos o topo dessas organizações. As prisões foram contra os membros de comando, não só contra as organizações locais, mas de membros de grande importância no Comando Vermelho. A operação vai continuar, essa é apenas uma das fases”, concluiu.

‘Laranjas’

No decorrer das investigações, a polícia disse que identificou pessoas que eram usadas como ‘laranjas’ inocentemente. Os criminosos depositavam dinheiro na conta dessas pessoas, que não tinham envolvimento no crime.

“A organização trabalhava com duas vertentes: existiam os laranjas inconscientes, que são pessoas que realmente tiveram os dados furtados e utilizados para depósitos bancários, e existia os profissionais que já atuavam com essa organização há muito tempo. O objetivo da Polícia Federal é esclarecer quem realmente tem envolvimento e quem participou de maneira inconsciente. Isso será averiguado e não sofreram qualquer punição”, garantiu.

Operação Dolos

O nome da operação, segundo a PF-AC, vem do Deus Dolos que representa engano, fraude e malícia. O nome buscou simbolizar o complexo sistema de lavagem de dinheiro operado pelas organizações criminosas investigadas, que possui uma rede de integrantes espalhada pelo país.

Fonte: G1 Brasil

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