Juiz de Vilhena nega prisão domiciliar a filha de ex-deputado de Rondônia presa durante operação da PF contra tráfico de drogas
Natielly Karlailly Balbino está presa no presídio de Cacoal
Natielly é acusada de integrar uma organização criminosa que enviava grandes quantidades de cocaína de Rondônia a outros estados brasileiros. O grupo ainda adquiria cargas de maconha do Mato Grosso do Sul para distribuir na região Norte. Durante a fase sigilosa da investigação, que teve início no final de 2019, mais de 2,5 toneladas de drogas foram apreendidas.
A defesa de Natielly alegou, no pedido, que a suspeita é mãe de dois filhos, o maior com 12 anos de idade, e que supostamente dependem de seus cuidados. O atual entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) estabelece a substituição da prisão preventiva pela domiciliar às mulheres presas que estão em período de gestação, sejam puérperas ou mães de crianças ou deficientes sob sua guarda.
O juiz Adriano Lima Toldo, da 2ª Vara Criminal de Vilhena, não acatou o requerimento. O magistrado pontuou que o próprio STF prevê a manutenção da prisão cautelar mesmo nessas condições em casos excepcionais.
Na decisão, o magistrado alegou que os filhos de Natielly “não estão completamente desassistidos, circunstância indicadora de que sua presença física não é, nesse momento, imprescindível aos cuidados das crianças”. A própria Natielly afirmou, em depoimento, que contratou uma babá para cuidar dos filhos e também de auxiliar a sua mãe.
Toldo também destacou que Natielly é suspeita de integrar uma organização criminosa que pratica tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Além disso, ela é casada com um outro integrante da quadrilha.
Para o magistrado, a liberdade Natielly nesse momento da investigação policial abre a possibilidade “de ocultar e destruir provas que eventualmente digam respeito à sua participação e dos demais membros nas ações da organização, assim como de aliciar ou intimidar testemunhas que tenham condições de contribuir com a apuração dos fatos”.
Fonte: O Globo