Em Vilhena, polícia prende quatro ladrões com “carro fake” de empresa de telefonia furtando cabos de cobre

Na manhã desta quarta-feira, 28 de Maio, a Polícia Militar prendeu quatro pessoas que haviam sido contratadas furtar cabos de cobre pertencentes a uma empresa de telefonia, em Vilhena. A ação do grupo foi denunciada por um funcionário da firma Telemont Engenharia e Telecomunicações S.A.

A ação policial teve início quando, ao notar o sumiço do material nas proximidades de sua casa, o denunciante conversou com outros funcionários da empresa, que negaram haver ordem de serviço para a retirada dos cabos metálicos.

Hoje, o trabalhador que havia acionado a PM viu um veículo Fiat Fiorino adesivado com a marca da empresa Telemont (mas sem que as pessoas a bordo estivessem identificadas) retirando cabos nas proximidades na avenida Marques Henrique, próximo ao Rio Pires de Sá e ligou para a corporação.

Em contato com um homem identificado como Antony, que estava acompanhado de outro, que se apresentou como Geovane, ele disse aos militares ser responsável pela equipe que recolhia a fiação nos postes. E alegou ter recebido instruções de uma pessoa de nome Edson Arcanjo dos Santos, que, segundo ele, teria emitido uma ordem de serviço, sem especificar o local exato para a retirada dos cabos.

O suspeito disse ter conhecido “ocasionalmente” esse tal Edson, e que desde então executava esse mesmo tipo de tarefa nas cidades de Cuiabá e Comodoro, ambas em Mato Grosso, e, agora, também em Vilhena.

O funcionário da Telemont que acompanhava a ação policial entrou em contato com o encarregado geral da empresa em Rondônia, que disse não conhecer nenhum “Edson Arcanjo dos Santos”, e ainda garantiu: não tinha conhecimento das ordens de serviço executadas por Antony e não havia qualquer ordem para o recolhimento dos cabos.

A guarnição foi até o hotel no centro da cidade onde os dois suspeitos disseram estar hospedados e foram informados pelo recepcionista que eram quatro os hóspedes, mas os dois últimos haviam quitado a diária e deixado o estabelecimento em outro Fiat Fiorino.

A dupla aparentemente em fuga foi abordada na BR 174, e também alegou ter sido contratada pelo mesmo Edson, com quem tivera contato apenas pelo Facebook. O carro em que eles estavam, como o dos outros dois comparsas, estava lotado de cabos metálicos.

Diante dos fatos, os quatro suspeitos foram conduzidos à Unisp, juntamente com os furgões e as respectivas cargas. Ao ser ouvido, Antony, o suposto líder da equipe, relatou que o veículo, as ferramentas e os uniformes lhe foram deixados em um posto de combustível com a chave na ignição, conforme orientação de Edson. Já o comparsa afirmou que os uniformes e ferramentas foram entregues por uma pessoa em mototáxi, e o veículo, por um terceiro.

Durante o interrogatório, todos os envolvidos confessaram que receberiam R$ 4 mil por carga de cabos e mais R$ 1.000,00 para cada integrante da equipe. Um dos que fugiram do hotel contou que recebeu mensagem de Antony, antes da chegada da guarnição, com os dizeres “sai daí, secou”, momento em que se apressou em deixar o hotel, levando consigo os pertences dos quatro envolvidos.

A entrega do material furtado em Vilhena seria realizada no trevo do Lagarto, em Várzea Grande (MT). Um perito da POLITEC acompanhou ação da PM, que fez a contagem dos cabos e constatou que foram furtados 1.611 metros de cabos de cobre. Durante a lavratura do boletim de ocorrência, a guarnição foi procurada por um advogado, que informou estar representando Antony.

Os quatro suspeitos receberam voz de prisão e foram apresentados em condições físicas normais, para os procedimentos legais.

Os dois veículos com as respectivas chaves de ignição e as cargas de fios metálicos de cobre foram entregues ao comissário de plantão.

Um caso semelhante a este no qual criminosos utilizaram carro com adesivos falsos da Telemont Engenharia e Telecomunicações S.A foram presos pela Polícia Militar de Bom Despacho, em Minas Gerais, em 10 de Junho de 2024, o que demonstra que ações como estás estão cada vez mais comuns nas cidades brasileiras e que pode estar por trás de um verdadeiro grupo criminoso.

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Fonte: Folha do Sul Online