Delegado regional da Polícia Civil desabafa no Facebook e diz que festas clandestinas estão ameaçando saúde e economia
“Sei que não é fácil se restringir daquilo que gostamos, principalmente para os jovens, mas a vacina está quase aí”
O delegado regional da Polícia Civil, Fabio Henrique Campos, usou uma rede social para relatar uma situação que tem se repetido quase todos os finais de semana em Vilhena, que são as conduções em massa para a Delegacia Policial, dos envolvidos nas ilegais “Corona fest”, eventos clandestinos realizados em diferentes pontos da cidade, inclusive o setor de chácaras.
Em sua postagem, o delegado relatou que, enquanto algumas pessoas agem de forma inconsequente, outras morrem, comércios fecham, empresários vão a falência, o desemprego aumenta e os profissionais da segurança pública ficam cada vez mais expostos, assim como a sociedade, a esse vírus, que muitos ainda subestimam.
Fábio afirmou ainda, que “não é fácil manter a sanidade mental com tantos riscos e incertezas”, mas aconselhou os jovens a “segurarem a onda, pois a vida e a economia dependem disso”.
Em conversa com a reportagem do FOLHA DO SUL ON LINE sobre seu desabafo no Facebook, diante da imprudência e irresponsabilidade dos envolvidos nessas ações perigosas, que custam vidas diariamente, Fabio afirmou que é válido os pais, mesmo já não sendo mais os responsáveis pelos filhos, por estes serem maiores de idade ou independentes, ter um diálogo de conscientização com eles, para que evitem promover ou participar de festas, mesmo sabendo que não é fácil se manter em restrição.
Assim como mostra a realidade diária, o delegado também acredita que o caos na saúde se deve, em grande parte, à falta de conscientização dos “festeiros”, que não pensam em um todo, somente no momento, colocando em risco entes queridos, Cuja perda depois eles mesmos vão chorar ou se revoltar com a saúde por não haver leitos para acomodá-los.
“Sei que não é fácil se restringir daquilo que gostamos, principalmente para os jovens, mas a vacina está quase aí. Então, o quanto antes a população se conscientizar sobre a necessidade das restrições e cuidados, o comércio não precisa parar, muitos garantirão seus empregos e sairemos dessa com menos luto possível”, afirmou Fabio.
Outro ponto também destacado e desmistificado pelo delegado, é o fato de muitos acreditarem que a conduta ilícita de quem promove festas em meio a pandemia ser típica de pessoas de classe social baixa e jovem, pois na ultima “Corona Fest” flagrada pela Policia Militar, onde mais de 50 pessoas foram conduzidos para a delegacia, muitos eram de classe media alta e nem todas tinham menos de 30 anos.
Apesar de alguns crerem que esse ato irresponsável “não dá em nada”, Fabio afirmou que os identificados e autuados nesse eventos clandestinos são, sim, responsabilizados com multa ou pagamento de serviços comunitários. Mas o pior ainda são as vidas que se perdem todos os dias pela falta de consciência de muitos. Fábio lamentou a morte ocorrida no último domingo, do esposo de uma servidora do setor administrativo da Delegacia onde trabalha.
https://youtu.be/DZP8Tno4R5A
Fonte: Folha do Sul