Policial

Casos de estupro aumentam em Rondônia; mais de 700 ocorrências são registradas em 2018

Número representa aumento de 5,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. Polícia Civil informa que denunciar é importante para diminuir índice.

Mais de 700 ocorrências de estupro foram registradas de janeiro a setembro em Rondônia. Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), o número representa aumento de 5,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, que fechou com 699 casos.

Três municípios se destacaram de forma negativa no levantamento da Sesdec. Em Presidente Médici, por exemplo, dois casos foram registrados entre janeiro e setembro de 2017. Em 2018, o número subiu para oito, configurando aumento de 300%.

Itapuã do Oeste fechou o período com crescimento de 133%. Já a capital Porto Velho contabilizou aumento de mais de 20% no número de casos de estupro.

Apesar disso, a delegada Janaina Xander Wesse, da Polícia Civil, informou que o quantitativo de registros é ainda maior graças a cifra negra – porcentagem de crimes não solucionados ou punidos.

“Temos uma grande quantidade do que chamamos de ‘cifra negra’. Ou seja, é quando a vítima tem vergonha, medo ou sofre alguma ameaça e acaba não denunciando. Pode ser ainda que ela não ache que foi vítima de um crime sexual”, explicou a delegada.

A delegada ressalta ainda que a denúncia contribui significativamente com as investigações, bem como para a redução do índice. “É muito importante também para a responsabilização de cada um que pratica esse tipo de ato de crime sexual”, concluiu.

Segundo a psicóloga Eva Viviani Cecanho, o trauma é imensurável e as vítimas chegam nas consultas bastante fragilizadas. “É o que chamamos de casco emocional. O tempo de terapia é muito singular. Tem pessoas que ficam meses no processo psicoterápico, anos ou a vida toda”, disse.

Professor condenado a 100 anos

No último mês, na zona rural de Cabixi (RO), o professor Antônio de Lima Fidelis foi condenado a 100 anos de prisão por ter estuprado cinco alunas entre 8 e 12 anos de idade. O caso foi registrado em abril deste ano.

Os abusos aconteceram entre fevereiro e março deste ano. Em depoimento, as vítimas narraram que, ao entregar a tarefa para o professor corrigir, ele as colocava no colo e passava a mão no corpo delas, inclusive nas partes íntimas. O professor é casado há 38 anos e tem duas filhas; de 26 e 36 anos.

No interrogatório, o acusado negou todos os fatos. Ele narrou que “trabalha desde 1989 e sempre tratou com muito carinho todos os seus alunos”. O professor também disse que nunca colocou alunas no colo.

O acusado ainda justificou que, a primeira menina a denunciar o caso, inventou a denúncia, por ser uma aluna difícil, e depois influenciou as colegas. Ele explicou que sempre deu balas para os alunos e para colegas professores, pois parou de fumar e sempre tinha balas com ele.

De acordo com o Código Penal, o crime de estupro de vulnerável configura-se quando o suspeito tem conjunção carnal ou pratica ato libidinoso com menor de 14 anos.

Fonte: G1 

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