Após 60 dias presa, universitária é inocentada pela justiça em Vilhena e faz desabafo
“Quer dizer que toda a esposa de médico também tem que ser médica?”
Após passar 60 dias presa na Colônia Penal de Vilhena, acusada de tráfico, a acadêmica de Pedagogia e pesquisadora da Unir, em Vilhena, S. P, foi absolvida em audiência realizada ontem na justiça.
Ela era apontada como cúmplice pelo crime de tráfico de drogas, e havia sido presa junto com o namorado, L. J. P. de B; 39 anos, acusado de manter uma plantação de maconha em sua casa. Lembre aqui.
A universitária de 29 anos desmente as alegações da polícia para prendê-la, e garante que estava a 6 km da casa onde a maconha era cultivada pelo namorado.
Ela também nega que estivesse usando o celular no momento da ação policial, como é descrito na ocorrência. “Além de não estar no local, eu não usava telefone e nem disse a frase que ele me atribuem”.
Na audiência judicial, na qual foi inocentada inclusive a pedido do Ministério Público, a estudante apontou falhas na ação dos policiais.
“Me acusaram de um monte de coisas para justificar uma prisão ilegal. Eu sou namorada do Lovozier, mas não tenho nada a ver com as atividades dele. Quer dizer que toda a esposa de médico também tem que ser médica?”, questiona, relembrando todos os dissabores que enfrentou ao longo dos dois meses na prisão.
TRANSTORNOS
Cursando o último período de Pedagogia e pesquisadora, cujo material será encaminhado para sua dissertação de mestrado, SP também foi classificada no concurso da Câmara de Vereadores.
Ela relata que, por causa do episódio, teme sofrer discriminação em Vilhena. “É só digitar meu nome no Google que aparece o caso, no qual fui envolvida sem culpa, como comprova a decisão da justiça. Imagine buscar trabalho para lidar com crianças respondendo a esse tipo de acusação”, argumenta.
NAMORADO
O namorado da acadêmica não teve a mesma sorte na audiência, embora também tenha saído da prisão: ele foi condenado a prestar serviços comunitários e ao pagamento de uma multa no valor de três salários mínimos.
Não ficou comprovado que ele vendia a droga que plantava em sua casa. LJP tem firma aberta e presta serviços a várias empresas da cidade, o que descaracterizaria que sobreviva do tráfico.
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Fonte: Folha do Sul