Piloteiro dá sua versão sobre acidente que matou garimpeiro no rio Guaporé e confirma ataques de “piratas”
Guia turístico diz não acreditar no boato sobre localização de corpo sem cabeça que teria sido encontrado
O jornal do Folha do Sul Online entrevistou nesta quarta-feira, 10, o guia turístico de 42 anos que pilotava o barco envolvido em uma tragédia no rio Guaporé no mês passado, quando um homem caiu na água e, apesar das buscas feitas por Bombeiros durante vários dias, não teve seu corpo encontrado.
Ex-morador das cidades de Cabixi, Colorado do Oeste e Vilhena, o piloteiro contou que havia sido contratado para ir buscar o garimpeiro Nirceu Pinheiro Jardim na localidade de Remanso, na Bolívia. Ele saiu de Pimenteiras do Oeste, que fica a quase 05 horas de viagem do destino, e estava acompanhado de um técnico em ar condicionado de Vilhena.
Após embarcar o passageiro na localidade boliviana, o guia estava voltando quando, numa curva do rio, viu a embarcação pilotada por um boliviano e deu sinal de luz várias vezes. “O barco estava sem bateria, mas eu usava duas lanternas. A lua estava clara e eu sinalizei, mas o piloto boliviano não conseguiu desviar e nos atingiu em cheio”.
Há mais de 15 anos na atividade, o piloteiro e os dois ocupantes do barco caíram no rio após o choque, mas Nirceu, que não sabia nadar, submergiu e nunca mais foi encontrado. Ele era da cidade de Matupá, em Mato Grosso.
O entrevistado nega que estivesse bêbado no momento do acidente, mas admite que o companheiro de viagem, o vilhenense, bebeu algumas cervejas. “ Poderia ter bebido o quanto quisesse, pois não estava pilotando. Já eu, quem me conhece sabe que não piloto bêbado, e posso provar que essa informação é mentirosa”, disparou.
PIRATAS
O piloteiro confirmou o boato de que bandidos vêm atacando embarcações que sobem e descem o rio Guaporé. Além de buscarem ouro, que supostamente é trazido da Bolívia por garimpeiros, os “piratas” também roubam mercadorias que são transportadas para pequenas localidades, inclusive bolivianas, que ficam às margens do rio Guaporé.
CORPO SEM CABEÇA
O entrevistado disse já ter ouvido boatos de que o corpo de Nirceu, já sem cabeça e parcialmente devorado por animais aquáticos, teria sido encontrado em um trecho do rio, mas duvida dessa informação. “Se fosse verdade, as autoridades já teriam sido informadas”, argumenta.
“FIQUEI TRISTE”
O guia turístico disse ter ficado abalado com o desaparecimento do mato-grossense Nirceu, do qual era amigo e com quem trocava mensagens quase todos os dias através do WhatsApp. “Tudo indica que ele realmente está morto, mas minha parte eu fiz para tentar evitar o acidente que acabou tirando sua vida”, finaliza.
Fonte: Folha do Sul Online