Polícia de Vilhena confirma “racha” em facção criminosa e desvenda tática usada em outros homicídios

Na noite de sexta-feira, 03 de Novembro, o Núcleo de Inteligência da Polícia Militar evitou que mais um homicídio fosse cometido em Vilhena.

Nos últimos dias, a cidade tem acompanhado a matança, que estaria sendo motivada por uma disputa entre faccionados do PCC, que travam uma guerra sangrenta por pontos de venda de drogas.

O FOLHA DO SUL ON LINE registrou, recentemente, dois ataques que estariam ligados à disputa interna travada na facção criminosa: o assassinato de um homem de 45 anos, conhecido como “Coroa Alex”, baleado em uma casa noturna (LEMBRE AQUI), e os disparos contra detentos da Colônia Penal (CONFIRA AQUI).

O site chegou a publicar o alerta de um veterano policial que, ao analisar a situação, previu que a queda de braço entre faccionados provocaria um banho de sangue na cidade (VEJA AQUI), o que tem sido confirmado pela crescente onda de violência na maior cidade do Cone Sul de Rondônia.

Ontem, ao receber a informação de que membros do PCC estariam em Vilhena para desferir um novo ataque, a Polícia Militar, através do NI, passou a monitorar uma casa no Setor 19, onde estariam reunidos os planejadores e os executores de mais um assassinato.

Um relatório feito pelos militares envolvidos na operação mostrou o “modus operandi” dos matadores: eles usavam um carro para transportar armas e o encarregado de puxar o gatilho, e também uma moto, na garupa da qual seguiria o atirador, tática empregada em outras execuções na cidade.

Após um carro parar na residência vigiada e sair após 15 minutos, os militares passaram a seguir o veículo, que era acompanhado por uma motocicleta. No bairro Vila Operária, onde seria cometido o homicídio, o carro parou e o passageiro subiu na garupa da moto.

O carro passou a monitorar casas no bairro, enquanto a moto aguardava a ordem para fazer a execução. Quando as guarnições acionadas pelo NI chegaram para evitar o crime, o matador embarcou novamente no carro após descer da moto, cujo piloto fugiu.

Dentro do veículo, os policiais encontraram uma pistola com numeração raspada e várias munições. Um dos ocupantes usava tornozeleira eletrônica, mas o aparelho de monitoramento estava desligado. Nenhum dos dois suspeitos soube explicar o que estavam fazendo na Vila Operária e o motivo para tentarem fugir da abordagem. Ambos foram presos e algemados, sendo entregues na Unisp.

Os militares retornaram à residência que estava sendo monitorada no Setor 19 e viram quando o piloto da moto que havia fugido chegou ao local. O veículo usado por ele era o mesmo que tinha sido empregado na morte de “Coroa Alex”, mas havia sofrido algumas modificações.

Durante a abordagem, um suspeito que estava na residência, onde foram encontradas mais munições, saiu correndo e pulando muros, enquanto o piloto escapava novamente na moto. O rapaz capturado após a tentativa de fuga a pé deu um endereço no bairro Cristo Rei onde o piloto fugitivo poderia estar. No quintal do imóvel foi encontrada uma motocicleta Honda Bros com registro de roubo/furto e placa adulterada.

No local indicado no bairro Cristo Rei, mais um suspeito de participação nos crimes abriu a porta para e entrada dos militares, que encontraram outras munições e um revólver calibre 38, que o homem disse para sua defesa pessoal. O Conselho Tutelar foi acionado, pois havia na residência uma adolescente de 16 anos junto com a filha, uma bebê de apenas 10 meses, fruto do relacionamento dela com o homem interrogado, e que também foi preso.

Na mesma casa os policiais encontraram os pertences de um dos faccionados que havia sido preso quando se preparava para matar no bairro Vila Operária. Uma passagem de ônibus em seu nome revelou que ele havia chegado de Porto Velho há 10 dias, e que teria vindo a Vilhena para participar da execução frustrada pela ação policial.

Também no bairro Cristo Rei, o piloto da motocicleta em fuga acabou sendo preso com uma pistola carregada, que aparentemente seria usada para matar o outro alvo da facção. Ele foi apresentado na UNISP junto com os outros envolvidos, o dinheiro recolhido com os suspeitos, as armas e munições e as motocicletas apreendidas.

Texto: Folha do Sul Online

Fotos: Rota Policial News