Policial

PC relata episódios de violência antes de homem tentar matar a tiros o namorado da ex-esposa em Vilhena

A arma usada no crime foi entregue a polícia através de advogado

 Paulo Pinto da Cunha, de 41 anos, que no dia 08 de janeiro deste ano atirou contra o namorado de sua ex-esposa, foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado. Com a prisão preventiva decretada desde o fato, Paulo é considerado foragido.

Os detalhes do caso foram expostos em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 17, pelo delegado titular da Delegacia de Homicídios de Vilhena Núbio Lopes de Oliveira.

Para contextualizar o caso, o delegado retrocedeu no tempo e revelou que uma agressão contra a enteada foi o motivo da separação de Paulo e a representante comercial com quem ele era casado e tem um filho de pouco mais de 2 anos.

Meses depois separação a ex-esposa começou a namorar um homem de 35 anos. Conhecendo o temperamento do ex, a mulher preferiu manter o relacionamento em segredo, e por quatro meses namoraram escondido.

Em julho, Marcos levou a namorada para apresentar aos pais dele na cidade de Ariquemes. No retorno, no trecho entre Pimenta Bueno e o distrito do Guaporé, Marcos ultrapassou um veículo e, por infortúnio, Paulo era o motorista do carro ultrapassado e reconheceu a ex.

Conforme relatou o delegado, neste momento Paulo iniciou uma série de manobras perigosas até obrigar Marcos a estacionar. Segundo o delegado, o homem que estava de carona com Paulo manteve Marcos sob a mira de uma arma enquanto Paulo fazia uma série de ameaças ao namorado da ex. Ele também exigiu que a ex entregasse o filho para ele. O que foi atendido diante das ameaças.

Os dois seguiram viagem e mesmo Marcos andando a uma velocidade menor, Paulo se manteve próximo. No distrito do Guaporé, Paulo teria exigido que fizessem nova parada com a alegação de que iria devolver o filho à mãe.

Quando a mulher desceu do carro para receber a criança, Marcos foi até o posto da Polícia Militar e registrou uma ocorrência sobre o que havia acontecido. Ao retornar para junto da mulher, Paulo já não estava mais, mas a namorada contou que Paulo havia dito que se ele registrasse uma ocorrência iria matar os dois. Segundo o delegado, o casal foi escoltado pelos policiais do Guaporé até Vilhena.  No dia seguinte, a ex-esposa de Paulo pediu uma medida protetiva contra ele, que por vezes tentou persuadi-la a retirar a queixa.

Novas ameaças foram feitas cerca de 40 dias antes do crime. Paulo teria dito a ex que se Marcos, que trabalhava com delivery, passasse perto do trabalho dele, iria matá-lo.

Ainda contextualizando o caso, o delegado revelou também que cerca de uma semana antes dos tiros, Paulo e o irmão dele espancaram um garoto de 19 anos no banheiro do Shopping. Esse jovem seria amigo da filha da ex de Paulo. O motivo da agressão seria um vídeo com ameaças contra Paulo pelas agressões que ele havia praticado contra filha da sua ex. Paulo acreditava que o rapaz seria o autor do vídeo.

No dia do crime, ao receber o filho que foi lhe entregue por uma sobrinha da sua ex, Paulo teria questionado em tom irônico sobre o estado do rapaz que ele e o irmão haviam surrado e teria feito nova ameaça: “da próxima vez eu vou matar, pode mandar recado”.

Segundo o delegado, no início da noite, Marcos, a namorada, e familiares foram para a lanchonete Zero Grau e o assunto da agressão e das ameaças contra o rapaz amigo da família dominou as conversas, pois estavam atordoados e revoltados.

Neste cenário, Marcos enviou áudio para Paulo questionando sobre as agressões contra o rapaz. Censurado pela namorada, Marcos teria apagado a mensagem. Mas, Paulo ligou em seguida querendo saber do conteúdo da mensagem apagada e Marcos teria questionado sobre a agressão ao jovem.

Segundo o delegado, Paulo teria respondido: “você não sabe de nada, tá querendo o problema dele pra você?”. Em reposta, Marcos teria dito: “Você quem sabe”. E Paulo retrucou: “Espera que estou indo aí resolver”.

Ao fim da conversa, relatou o delegado, Marcos teria até o bar do estabelecimento, pegado uma faca e voltado para a mesa. Cerca de 10 minutos depois Paulo chegou ao local de carro, já desceu de arma na mão e atirou contra Marcos, fugindo em seguida.

De acordo com o delegado, por meio de um advogado, Paulo revelou onde estava a arma do crime. Embora o advogado tenha dito que Paulo pretende se entregar, até o momento isso não aconteceu e ele é considerado foragido.

Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci

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