Somadas, penas de condenados por chacina em Cabixi chegam a quase 150 anos de prisão
Júri popular terminou na tarde desta quinta-feira (6) após a leitura de sentença no Fórum de Colorado do Oeste. Penas devem ser cumpridas inicialmente em regime fechado.
Os réus Yuri Felipe de Lima e José Elismar Moura foram condenados a 81 e 67 anos de reclusão, respectivamente, pelo assassinato de cinco jovens, entre 17 e 24 anos, em abril do ano passado. Juntas, as penas somam quase 150 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. As defesas informaram que irão recorrer da decisão.
O júri popular começou na quarta-feira (5) e terminou com a leitura da sentença da juíza Márcia Serafim por volta das 15h30 desta quinta-feira (6), no Fórum de Colorado do Oeste (RO), município a pouco mais de 760 quilômetros de Porto Velho. Eles vão cumprir as penas em regime inicialmente fechado.
De início, eram quatro pessoas investigadas pela chacina. Os outros dois suspeitos que estavam no inquérito policial do caso não viraram réus. Segundo o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), o Ministério Público não ofereceu denúncia contra eles por falta de provas consistentes que pudessem incriminá-los.
No primeiro dia, os acusados passaram pelo interrogatório. O debate entre defesa e acusação também aconteceu durante a última quarta. Conforme o TJ-RO, 10 testemunhas foram ouvidas, mas apenas uma compareceu ao julgamento pessoalmente. As outras tiveram os depoimentos exibidos.
Defesas alegam falhas no processo
Ao G1, os advogados de Yuri Felipe de Lima e José Elismar Moura confirmaram que irão recorrer da decisão e apontaram falhas no processo de investigação do caso. Jose Francisco Candido, que defende Yuri Felipe, disse ainda que não há provas concretas para uma pena alta.
Leliton Luciano Lopes, advogado de José Elismar, informou que irá entrar com recurso já na próxima segunda-feira (10).
“Como nós não acompanhamos desde o inquérito policial até essa sentença, a gente não sabia o que havia acontecido no processo. Só a partir do momento que nós assumimos, verificamos que havia falhas”, contou.
O advogado informou também que, no dia do crime, José Elismar estava em Vilhena e não em Cabixi. As falhas apontadas por ele estão nos laudos policiais e procedimentos judiciais. Além disso, alegou falta de provas. “A defesa não teve acesso a nada, o que acabou prejudicando muito”, explicou.
Entenda o caso
Cinco jovens foram assassinados a tiros durante uma festa particular na noite de 2 de abril de 2017 na cidade de Cabixi (RO), a cerca de 800 quilômetros de Porto Velho. Conforme a Polícia Militar (PM), o crime ocorreu depois que quatro suspeitos armados chegaram ao local, mandaram os convidados deitarem de bruços no chão e executaram cinco deles com tiros na cabeça.
Segundo informações da PM, a festa acontecia na casa de um adolescente de 17 anos. Ele e outros seis amigos estavam reunidos fazendo um churrasco, quando quatro criminosos usando capacetes invadiram o imóvel e atiraram contra o morador da casa e mais quatro convidados.
Ainda conforme a PM, os criminosos pouparam a vida de uma menina de 17 anos e um rapaz de 13. Após os suspeitos deixarem o local, os sobreviventes saíram correndo pelas ruas e pediram ajuda de moradores.
A polícia foi acionada logo depois e encontrou as cinco vítimas já sem sinais vitais, deitadas de bruços no chão, com perfurações na cabeça. A área foi isolada para o trabalho da perícia criminal, que apreendeu quatro projéteis, quatro estojos e um cigarro aparentando ser maconha.
Fonte: G1