Artigo de Opinião: Conheça cinco perguntas que todo BOM POLÍTICO deve fazer!
Falando de política
1) Nós realmente desejamos tal projeto/ideia/lei? Etapa aparentemente óbvia, mas na realidade muitos projetos são concebidos sem nem ao menos passar pelo escrutínio da avaliação e opinião pública. Muitos políticos ou intelectuais assumem posições como supostamente unânimes e projetam na sociedade suas próprias concepções de realidade. O desinteresse da população pela política, o parco acesso a informação de qualidade e a complexidade do sistema político levam muitas vezes a um afastamento da discussão de mérito das propostas, levando a desagradáveis surpresas, que tardiamente são levadas ao conhecimento do povo através de um projeto descabido ou pouco representativo e que fugiu a sua avaliação.
2) Existe um meio melhor? Respondida afirmativamente a primeira pergunta o bom administrador ou legislador deve levantar as alternativas viáveis ao projeto. Nessa fase devesse abrir mão do orgulho criativo e assumir que qualquer proposta apresenta limitações. O êxtase de uma boa ideia muitas vezes obscura uma ideia ainda melhor. Essa crítica irá vir sempre e apenas quando a ideia for exposta a extensa avaliação e estudo, com o envolvimento dos principais afetados por ela, por intelectuais e indivíduos de posições contrárias.
3) Nós podemos pagar por esse projeto/ideia/lei? Essa é uma pergunta costumeiramente ignorada. As intenções tendem a ignorar falhas importantes do projeto e uma delas é sua viabilidade econômica. E quando se fala em qualquer forma de projeto, a sustentabilidade de recursos é fundamental. Toda forma de ação e criação deve estar acompanhada da correta expectativa de gastos, da sua origem e de sua manutenção em prováveis momentos de vacas magras. Isso evita que ajam grandes desperdícios de recursos em obras e projetos que nunca seriam aprovados se corretamente analisados.
4) Quais as consequências negativas desse projeto? Sim, todo projeto, ideia, lei ou programa apresentará aspectos negativos, esperados ou não. O correto reconhecimento e divulgação desses ajudam os administradores e o público em geral a tomar uma decisão correta sobre a sua viabilidade, o que nos leva a última pergunta.
5) Nós estamos dispostos a assumir essas consequências negativas? Depois de descritas e exploradas, as prováveis consequências indesejáveis devem servir de nova medida quanto a natureza da necessidade do projeto e de sua viabilidade, voltando assim a uma revisão da primeira pergunta. Cabe reconhecer aqui que até mesmo questões legais e jurídicas influenciam a disposição em si.
Só depois de respondidas satisfatoriamente todas essas questões, uma posição concreta pode ser assumida e levada adiante. Evidentemente essas perguntas são simples demais para atender adequadamente todas as questões, mas o seu uso irá facilitar o entendimento da profundidade das medidas levantadas e abrirão um novo leque de questões fundamentais ao bom administrador ou legislador, bem como da própria população.