Vilhena: a revolução no campo que levou a maior cidade do Cone Sul a ser considerada o “Celeiro de Rondônia“
De negócios inviáveis a lançadora da safra brasileira: a zona rural e sua contribuição à zona urbana
As primeiras plantações de soja em Vilhena começaram em 1982, com experimentos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). “Alguns produtores se atreveram a produzir, mas deslocar a soja até Paranaguá comprometia o negócio, que fazia um verdadeiro despejo do grão no caminho, com perdas de até dois terços no custo do frete. Era inviável”, conta o pesquisador da Embrapa de Vilhena, Vicente Godinho.
Alguns desses corajosos persistiram até os anos 90 mas, em 1994, uma temporada de chuvas implacável jogou uma pá de cal em quase todos os guerreiros do campo na época, que já somavam 4 a 5 mil hectares plantados.
A salvação veio em 1997, quando o grupo Maggi fez a instalação de uma cadeia logística de exportação do grão através de Porto Velho.
“A soja deslanchou e começou a avançar em Cerejeiras também. Daquela época, poucos restaram. Crescemos muito e hoje plantamos 55 mil hectares de soja, milho e algodão. Porém, muitas dessas áreas já eram de pasto ou cerrado que foram transformadas em soja”, relembra Vicente.
Nos anos 2000, outro grande impulso veio através da implantação do complexo da Cargill, que alavancou o negócio também no restante do Cone Sul.
Atualmente, com áreas de topografia extremamente favoráveis para o cultivo já exauridas, Vilhena tem 1,1 milhão de hectares em área, sendo 720 mil destes reserva indígena e o restante compostas por terras de areia quartzosas, impróprias para plantio. Hoje mais concentradas nas mãos de poucos donos, os lotes com grandes plantações são, na maior parte dos casos, arrendados.
Hoje Vilhena é, de longe, a cidade que mais exporta em Rondônia, somando US$ 224 milhões. Valor quase 40% maior que o segundo colocado, Rolim de Moura.
FONTE: ROLIM NOTICIAS