Vídeo de prefeita e áudio de ex-primeira-dama viram caso de polícia em cidade do Cone Sul
Prefeita de Chupinguaia foi denunciada por ameaça e assédio moral contra servidoras da educação
A prefeita de Chupinguaia e candidata à reeleição, Sheila Mosso (DEM), foi denunciada por uma funcionária da Secretaria Municipal de Educação, pelos crimes de ameaça e assédio moral nesta segunda-feira, 19.
Segundo Marinalva da Silva Castilhos, que registrou um boletim de ocorrência contra Sheila e falou com a reportagem, por volta das 11:00 de hoje, a prefeita chegou ao seu local de trabalho e colocou para todos os servidores da secretaria ouvirem, um áudio no qual sua cunhada, Claudete de Castilhos, que perdeu a eleição de 2016, quando disputou o mesmo cargo com Sheila, comentou sobre um vídeo que a mandatária havia feito durante uma reunião de campanha.
Porém, como Marinalva se recusou a ouvir o áudio, Sheila teria dito que ela ia ouvir sim, tentando forçá-la, momento em que Claudete também se dirigiu ao local para ver do que se tratava e passou a gravar a suposta coação por parte da prefeita contra sua cunhada, que toma remédios controlados.
Ainda segundo Marinalva e Claudete, Sheila as ameaçou afirmando que se alguma imagem do ocorrido vazasse “elas iriam ver”.
Marinalva alegou ainda que foi pega de surpresa com a atitude da prefeita, pois jamais esperava tal comportamento de sua parte, porém, Claudete afirma que a candidata já havia conversado com seu filho através das redes sociais sobre o áudio, uma vez que ela hoje apoia seu concorrente a prefeito.
“Eu rebati o vídeo que ela fez porque é meu direito como cidadã chupinguaiense e pelo fato do meu áudio ter repercutido na cidade ela e alguns apoiadores andaram tentando denegrir a minha imagem e da minha cunhada que somos funcionários efetivas do município”, afirmou Claudete.
Em visita à redação, horas após sua cunhada registrar uma queixa na polícia de Vilhena contra a prefeita de Chupinguaia, Sheila Mosso (DEM), a ex primeira-dama daquela cidade, Claudete de Castilhos se mostrou indignada com a situação.
Claudete, que veio até Vilhena para confirmar, em depoimento na polícia, as acusações contra Sheila, disse que foi dispensada pelo delegado que conduz o caso e que alegou: ela não seria ouvida porque a prefeita tem foro privilegiado, indicando que o inquérito contra ela não seria instaurado.
A denunciante, que discorda da autoridade policial, disse que irá levar o caso até o Ministério Público, para não deixar que a impunidade de Sheila lhe dê “carta branca” para continuar ofendendo e assediando servidores públicos, mesmo os concursados, como ela e a cunhada.
“Fui informada por um escrivão de que o delegado não iria nos ouvir. Nunca ouvi falar que prefeitos não possam ser investigados em casos criminais por terem foro privilegiado. Eu discordo, vou respeitar o que pensa o delegado, mas pretendo procurar o Ministério Público”, disparou Claudete.
Ao encerrar, a denunciante lembrou que, na justiça de Vilhena, ela testemunhou contra a prefeita, que foi denunciada por uma servidora municipal e acabou condenada a indenizá-la por assédio moral.
Prefeita rebate acusações e vai à UNISP:
Na noite de ontem, a prefeita de Chupinguaia, Sheila Mosso (DEM), deu sua versão para o episódio envolvendo ela própria e duas servidoras, que acabou se transformando em caso de polícia.
Sheila foi acusada de tentar coagir uma subordinada a ouvir uma gravação feita pela ex primeira-dama de Chupinguaia, Claudete de Castilhos. Por causa disso, ela e as denunciantes, Marinalva de Castilhos e a própria Claudete, vieram parar em Vilhena (VEJA AQUI).
A versão de Sheila, no entanto, é totalmente diferente da que foi apresentada pelas denunciantes. Ela contou que estava na Secretaria de Educação, despachando com a titular da Pasta, Maria Aparecida da Silva, quando resolveu mostrar a ela o áudio gravado por Claudete e compartilhado em grupos no WhatsApp.
Neste momento, conforme a prefeita, as Castilhos entraram na sala e começaram a filmar. Ela interrompeu a conversa e avisou a Marinalva de Castilhos, cunhada de Claudete, que ia registrar queixa contra ela na Polícia Militar.
Ao ir até o quartel da corporação para registrar a queixa, um policial disse a Sheila que ela deveria assinar um Termo Circunstanciado, tomando ciência da denúncia que havia acabado de ser feita por Claudete e sua cunhada.
O PM ainda teria ameaçado conduzir a prefeita até Vilhena num camburão, caso ela não assinasse o documento.
O comandante da PM acabou concordando em permitir que Sheila viesse em seu carro, acompanhada de seis testemunhas. Em seu depoimento, ao também apresentar a queixa contra as duas denunciantes, ela acrescentou que tem sido impedida de fazer campanha por ações dos familiares das Castilho.
A mandatária alega que, depois de filmá-la, os adversários distorcem as informações e usam sua imagem nos grupos no WhatsApp com o intuito de prejudica-la.
https://youtu.be/PptkFD3om1E
Fonte: Folha do Sul