Urgente: Em Colniza, tiroteio na fazenda Magali deixa possíveis mortos e feridos
Polícia e SAMU deslocam-se para o local
Cerca de 150 pessoas fortemente armadas invadiram a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), em Colniza (1.065 km de Cuiabá), de propriedade do ex-deputado estadual José Riva, na manhã deste sábado (5).
De acordo com as primeiras informações, segundo Derisvaldo de Sá, pessoa que ocupa a área, o grupo de trabalhadores rurais estava na beira do rio quando foram surpreendidos pelos seguranças da fazenda.
Duas pessoas morreram, uma identificada como Elizeu, e oito foram baleadas. Um dos seguranças responsáveis pela proteção da área informou que os invasores estavam com armas longas, espingardas e armas de calibre 12 e 38. Eles tentaram incendiar uma caminhonete.
“Tem que vir apoio aqui para gente. Não vem de ônibus para demorar 2 dias. Tem que vir de avião para chegar hoje ainda. Vai precisar do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) porque nós acertamos de 4 a 6 pessoas, inclusive mulher. Estavam tudo no meio e vieram pra cima da gente”, diz o áudio enviado por um segurança à polícia, no momento do crime.
De acordo com Riva, o Estado deve agir com mais rigor contra os invasores e é necessária uma intervenção na região para que os proprietários de terra possam ter segurança.
“Para você ter uma ideia, mesmo com a decisão judicial para eles ficarem 5km longe da área, eles acabaram com tudo nas fazenda. Entram lá, fazem tocaia para os seguranças. Além disso estão matando gados, animais, tudo. Então é um vandalismo total”, disse o ex-deputado.
Procurado pelo GD o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, está aguardando as informações precisas para tomar todas as medidas cabíveis.
“Ainda tem muitas informações desencontradas. Estamos levantando tudo para decidir o que fazer”, disse. “Se for preciso encaminhamos reforço para a região, nós o faremos. Mas precisamos aguardar o que o comando da região nos pedirá”.
A fazenda foi citada em delação premiada pelo ex-governador Silval Barbosa. Segundo ele, a propriedade foi negociada pela quantia de R$ 18 milhões. Silval está em Matupá e não vai se manifestar sobre o ocorrido.
A Delegacia de Polícia de Colniza solicitou reforço da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, Ciopaer, da Secretaria de Segurança Pública, e peritos da Politec de Cuiabá para realizar os trabalhos de local de crime e necropsia.
CASO
O Ministério Público alertou, em outubro de 2018, que um grupo de aproximadamente 200 pessoas ocupou a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), que possui 46 mil alqueires. O clima no local era de tensão já que 30 seguranças privados contratados por Riva estavam se deslocando para a fazenda.
Diante da situação, o MP comunicou novamente as autoridades competentes reiterando providências, já que havia possibilidade de um confronto entre posseiros e seguranças.
De acordo com o MPE, a Fazenda Agropecuária Bauru vem sofrendo invasões desde o ano 2000 e que, após a reintegração de posse ocorrida em 2017, as ameaças se intensificaram até culminar com a invasão do grupo que tomou as terras à força.
A preocupação do MPE é que ocorra novamente uma tragédia na região, assim como a registrada em abril de 2017, quando 9 trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados no Distrito de Taquaruçu do Norte.
DONOS
O ex-governador Silval Barbosa delatou que em 2012 foi procurado por Riva. Houve uma proposta para compra do terreno em sociedade. Silval chegou a realizar o pagamento de parte, mas a área não foi transferida para o seu nome ou de familiares.
Desde o acordo de colaboração, o ex-governador não mantém contato com o ex-deputado.
A Fazenda Bauru está sob posse da empresa Floresta Viva, propriedade de Riva. A proprietária anterior, conhecida como Magali, briga na Justiça para retomar o terreno.
O argumento é que a transação de compra e venda não foi totalmente paga. O assunto acabou judicializado. Liminarmente, Riva se sagrou vencedor. Caso ainda será julgamento em seu mérito (sentença).
Fonte: Juína News