Morre em Campo Grande/MS, namorada de pecuarista que morreu junto do filho após queda de avião em Vilhena/RO
Moça foi socorrida no começo da tarde, com tiro na cabeça, horas após sepultamentos do companheiro e enteado
Ana Paula Pridonik, de 27 anos, morreu na Santa Casa de Campo Grande, na tarde desta terça-feira, 01 de Agosto, três dias após partida do companheiro, Garon Maia Filho, de 42 anos, que morreu em acidente aéreo, junto com o filho, de 11 anos. A moça foi socorrida no começo da tarde, com um tiro na cabeça, horas após o sepultamento de pai e filho, no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande. (Veja)
Ela estava na casa do casal, em um condomínio de luxo no Bairro Antônio Vendas, na Capital. Além do Corpo de Bombeiros, que fez os primeiros socorros e levou a moça para o hospital, as polícias Militar e Civil foram chamadas. A perícia técnica também esteve na residência, onde foi constatado que se trata de um caso de suicídio.
Ana Paula chegou à casa acompanhada de familiares e foi para o quarto, quando se ouviu o disparo, confirmou o delegado Felipe Paiva, da DEPAC (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada). A arma usada estava registrada em nome de Garon.
Em rede social, no início da manhã de ontem (31), ela postou foto junto com Garon e o enteado em preto e branco. No texto escrito sobre a imagem, ela lamenta a tragédia.
Possivelmente, ela estava na Fazenda Uberaba, em Comodoro (MT), junto com o companheiro e o enteado, quando os dois saíram de avião para abastecer a aeronave em Vilhena (RO), no fim da tarde de sábado, dia 29, e não voltaram mais. Há duas semanas, ela postou vídeo do pôr-do-sol na propriedade.
A mulher foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e deu entrada na Santa Casa de Campo Grande por volta das 13h10. A morte foi constatada por volta das 14h50.
Na tarde de ontem, cerca de uma hora após o início do velório, a moça chegou ao Cemitério Parque das Primaveras segurando um chapéu, que colocou sobre o caixão de Garon Maia Filho. Inconformada, a moça dizia: “Perdi um pedaço de mim. Meu companheiro. Por quê?”. –
“Um não conseguia viver sem o outro”, diz familiar em enterro de pai e filho:
O pecuarista Garon Maia Filho, de 42, e o filho dele, de 11 anos, que morreram em acidente aéreo na noite de sábado (29), foram sepultados sob aplausos, homenagens, origami e flores, na manhã desta terça-feira (1º), no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande.
Desde ontem, o movimento foi intenso na capela onde ocorreu o velório. Na entrada, para onde dava acesso aos caixões, foram colocados muitos arranjos de flores e a foto de pai e filho na cabine de avião. Nesta manhã, a imagem em preto e branco foi trocada pelo quadro dos dois pescando à beira de um rio. No total, pai e filho receberam 86 coroas de flores.
O menino também foi homenageado pelos professores e colegas de sala do Colégio Marista Alexandre Fleming, onde estudava. Em um caixão branco, o corpo da criança foi levado até o local do sepultamento numa caminhonete Toyota Hilux. Os caixões fechados de pai e filho foram colocados um do lado do outro.
Sem conseguir conter o choro, um dos irmãos de Garon disse que ele era um verdadeiro cowboy, aviador. “De nós três, ele foi o que seguiu o aprendizado do nosso pai, do nosso avô, homem que morava na fazenda e gostava de ser fazendeiro”, destacou.
Segundo o familiar, a criança tinha muita admiração pelo pai. “Talvez seria impossível ele viver sem o pai, e vice-versa, então se Deus quis assim. Te amo demais meu irmão, faça companhia para nosso pai”, disse emocionado.
Outro irmão do pecuarista lembrou que Garon era um piloto maravilhoso. “Aprendeu a voar com 13 anos de idade. Era apaixonado por avião e o prazer dele era ter um filho com os mesmos gostos da nossa família”. Sobre a morte de pai e filho, o familiar afirmou que os dois não seriam felizes separados. “Eles precisavam tanto um do outro. Tenho isso no meu coração. Descanse em paz, meu irmão, vai com Deus”.
Uniformizados, os colegas de sala da criança deram adeus jogando flores e origamis em cima do caixão branco. Ao final da cerimônia de despedida, um dos irmãos agradeceu a presença dos amigos.
“Obrigada pelo carinho e presença de todos vocês, que vieram aqui dar força para nosso coração”. Pai e filho foram enterrados na quadra dos Gerânios, planta de origem Africana e que significa harmonia e carinho.
O acidente aéreo:
O avião Beechcraft Baron G58 decolou do aeroporto de Vilhena (Rondônia), por volta de 17h50 de sábado (dia 29), e desapareceu do radar minutos depois. Na manhã de domingo (30), militares adentraram a pé na área de mata fechada e encontraram os destroços do monomotor e os corpos de pai e filho. A área do acidente fica na divisa entre Vilhena (RO) e Comodoro, em Mato Grosso.
Um grupo de busca e salvamento da FAB (Força Aérea Brasileira), com base na Capital de Mato Grosso do Sul, foi acionado para o resgate.
A aeronave com prefixo PT-ITE tinha 12 anos. Fabricada em 2011, conforme o RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro), o bimotor tinha permissão para fazer voos noturnos e estava com toda a documentação em dia.
Fonte: Campo Grande News