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Grávida morre após pedir socorro a vizinhos de dentro do Hospital de Base em Rondônia

Até o momento, o Hospital de Base não se pronunciou sobre o assunto

PORTO VELHO – Um relato de desumanidade e descaso feito por uma paciente em trabalho de parto, internada no Hospital de Base Ary Pinheiro, que veio a óbito, foi denunciado à Polícia por vizinhos que acompanharam todo o drama e receberam vários áudios e fotos enviados pela mulher de dentro do Hospital com pedidos de socorro. 

Segundo o Boletim de Ocorrência registrado por duas vizinhas, nos áudios enviados pelo WhatsApp, ela denunciava que iria morrer, pois os médicos se recusavam a fazer a cesariana que o seu caso requeria. As vizinhas que acompanharam todo o drama e ainda tentaram intervir para salvar a parturiente registraram a Ocorrência Policial nº 136037/2019, relatando como natureza: “outros crimes resultantes em morte (Consumado) relevância criminal. Data do fato 30/07/2019. Vítima: Luciene Gomes. Autor do fato: Hospital de Base Ary Pinheiro”.

No histórico da Ocorrência está o seguinte registro: “Narra a senhora M. M. N. R. que no dia 28/07/2019, por volta das 20:00 horas, acompanhou sua vizinha Luciene Gomes até a Maternidade Municipal, pois a mesma já se encontrava em trabalho de parto, que da maternidade a mesma foi conduzida em uma ambulância do SAMU para o centro obstétrico do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, que ao chegar no Hospital de Base, à senhora Luciene Gomes recebeu atendimento médico e por determinação médica a mesma seria liberada para voltar para sua residência”.

A Ocorrência segue registrando que “porém, por insistência da senhora M. M. e da senhora M. I. que avisaram que não podia ser parto normal, pois a senhora Luciene Gomes já tinha problemas desde o seu primeiro parto e tinha que ser submetida a um procedimento de cesariana”.

O caso deixou a família, amigos e vizinhos indignados e revoltados, pois entendem que a morte da mulher foi uma clara negligência médica, uma omissão de socorro dentro do Hospital de Base. Para eles, e estranha a atitude dos médicos, pois a paciente já tinha sido transferida da Maternidade Municipal para o Hospital de Base, certamente porque o caso dela era de maior gravidade e urgência, todavia a equipe médica se recusou a fazer a cesariana, o que teria causado a morte da mulher em trabalho de parto.

Além de fotos dela e de documentos, a paciente enviou de dentro do Hospital vários áudios, em gravação livre, nos quais em desespero ela pedia ajuda pelo aplicativo WhatsApp às vizinhas, pois ela tinha certeza que os médicos iriam deixa-la morrer, sem fazer a cesariana. Em um deles ela disse: “Ah não, vai lá me salvar pelo amor de Deus”. Em outro: “Não dá certo eu fugir daqui não vou conseguir”.

E num terceiro áudio: “Eles conseguiram me colocar aqui dentro para me matar” e em outro “Avisaram até lá portaria pra ninguém entrar” e no quinto “Vizinha ela fazer a denúncia logo porque já tô ficando roxa a minha mão e tô me tremendo todinha já”.

Até o momento, o Hospital de Base não se pronunciou sobre o assunto.

Fonte: Divulgação

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