Banco Central: repasse da alta do dólar para os preços tem se mostrado contido
Copom debateu o repasse da alta do dólar para a economia brasileira e vai continuar acompanhando as movimentações
O nível de repasse da alta do dólar para os preços no Brasil tem se mostrado contido, com exceção de alguns preços administrados (como combustíveis). Entretanto, medidas de inflação indicam alta dos preços, mas estão em linha com a meta que deve ser perseguida pelo BC (Banco Central). Essa avaliação consta de ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, divulgada nesta terça-feira (25).
Segundo o documento, na última reunião, o Copom debateu o repasse da alta do dólar para a economia brasileira. O comitê ponderou que a intensidade do repasse depende do nível de ociosidade da economia e das expectativas de inflação.
“O comitê continuará acompanhando diferentes medidas de repasse cambial”, disse. O Copom acrescentou que sua atuação deve ser apenas sobre a propagação dos preços na economia. “Esses efeitos podem ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas de inflação ancoradas nas metas.”
Próximos passos
O Copom optou por não sinalizar qual será o próximo passo na definição da taxa básica de juros, a Selic, na reunião marcada para o final de outubro.
Na ata, o comitê informa que debateu a “conveniência de sinalização” do futuro da Selic no próximo mês, mas os membros do Copom, formado por diretores e presidente do BC, avaliaram que o nível de incerteza da economia requer “maior flexibilidade” para a definição dos juros básicos.
“Todos avaliaram que o nível de incerteza da atual conjuntura gera necessidade de maior flexibilidade para condução da política monetária, o que recomenda abster-se de fornecer indicações sobre seus próximos passos”, disse o comitê.
Na última semana, o Copom manteve a Selic em 6,5% ao ano, pela quarta vez seguida. Com essa decisão, a taxa segue no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986.
No documento divulgado hoje, o Copom reforça o compromisso de, ao definir os juros, manter a inflação na meta. “Isso requer a flexibilidade para ajustar gradualmente a condução da política monetária quando e se houver necessidade. Essa capacidade de resposta a distintas circunstâncias contribui para a manutenção do ambiente com expectativas ancoradas, o que é fundamental para garantir que a conquista da inflação baixa perdure, mesmo diante de choques adversos”, destacou.
A meta de inflação é 4,5%, neste ano. Essa meta tem limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como instrumento a taxa básica de juros.
Ao reajustar a Selic para cima, o BC segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir. A manutenção da taxa básica de juros indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.
Fonte: R7 Notícias