Bombeiros Militares resgatam cachorro-do-mato em bairro de Vilhena
Animal havia invadido residência e bombeiros foram acionados
Neste final de semana, mais precisamente no sábado, 10 de Dezembro, uma moradora de Vilhena/RO acionou o Corpo de Bombeiros Militares do 1ºSGBM para resgatar um “animal estranho”.
Uma equipe foi ao endereço, na área urbana da cidade e constataram que o animal estranho se tratava na verdade um cachorro-do-mato, também conhecido como graxaim-do-mato e até chamado de raposa.
Os bombeiros tranquilizaram o animal e realizaram a captura do mesmo, sendo este levado primeiro ao quartel do 1ºSGBM, onde foi avaliado e neste domingo, 11, foi devolvido ao seu habitat natural, em área de mata.
Cachorro-do-mato:
Taxonomia: O nome científico é Cerdocyon Thous, popularmente chamado de cachorro-do-mato, graxaim-do-mato e raposa.
Descrição física
É o canídeo brasileiro mais bem conhecido. Cachorros-do-mato possuem uma coloração variável, exibindo uma coloração de cinza e marrom, usualmente com tons de amarelo. As orelhas são curtas com tons avermelhados. A cauda é relativamente longa com pêlos longos tendendo a uma coloração preta.
Ecologia e Habitat
É amplamente distribuído na América do Sul (excluindo a bacia Amazônica), desde o norte da Colombia até o norte da Argentina. Sua distribuição ocorre de costas a regiões montanhosas (até 3000 m) e esses canídeos normalmente habitam áreas abertas, campos e cerrados.
É um animal territorialista e pode ser observado em grupos compreendendo um casal monógamo de adultos e 1-5 filhotes. É usualmente um caçador solitário e raramente caça em pares (Brady 1979).
A dieta onívora varia dependendo da estação e tipo de habitat mas geralmente incluem grandes proporções de frutos e pequenos mamíferos, mas também podem ser encontrados artrópodes, aves, répteis e anfíbios.
O cachorro do mato é um mamífero carnívoro que vive sobretudo em cerrados, campos, áreas florestais e está distribuído por toda América do Sul.
No Brasil, esse animal aparece com nomes variados como por exemplo guaxaim, lobinho, lobete, lobo, entre outras. Nos países da fala hispânica é conhecido como zorro perro, zorro perruno e zorro de monte. Embora se pareça com o lobo, este animal é notadamente menor e tem pelagem de cor diferente.
Ameaças e conservação
Não existe proteção específica na legislação para essa espécie em nenhum país e não há necessidade de medidas de proteção especificas atualmente. A principal ameaça potencial são doenças transmitidas por cães domésticos.
Tipos de cachorro do mato:
No Brasil estão presentes, em suma, três das cinco subespécies de cachorro do mato:
C.t. entrerianus, no sul e sudeste
C. t. azarae, no sudeste, centro-oeste
C.t. thous, ambas no nordeste e norte
Outra espécie do animal é o Dingo, encontrado na Austrália e considerado o mais feroz da categoria. O cachorro do mato, contudo, está presente em diversos áreas da América do Sul. Na Venezuela, desde a Colômbia até o Sul de Uruguai e Paraguai, com exceção das áreas baixas da Bacia Amazônica.
Espécies brasileiras de cachorro do mato
Os canídeos do país aparecem em seis tipos. Eles normalmente não são domesticados, mas algumas aldeias indígenas os têm por perto. Os tipos de cachorro do mato são:
Lobo-guará, Chrysocyon brachyurus: Encontrado em todo o Brasil, exceto na Amazônia. Tem até dois metros de comprimento, orelhas largas, pelo avermelhado comprido e patas longas. É o maior e também a espécie mais ameaçada.
Cachorro do mato, Cerdocyon thous: Está presente em todo o país, mas não é encontrado nas áreas baixas da Bacia Amazônica. Tem até um metro de comprimento e a pelagem castanha e acinzentada. É chamado de lobinho e é o mais conhecido.
Raposa do campo, Lycalopex vetulus: Aparece sobrnos campos e planícies de Minas Gerais, da região centro-oeste e cerrados do estado de São Paulo até o Ceará. Chega a ter 1 metro de comprimento, pelagem cinza-amarelada, com orelhas e patas avermelhadas.
Graxaim do campo, Pseudalopex gymnocercus: Seu habitat é nos matos baixos e capoeiras da região Sul do país. É pequeno, com apenas 60 centímetros. Tem orelhas e caudas longas com pelo cinza.
Cachorro do mato vinagre, Speothos venaticus: Está presente nas matas ente o Panamá e o norte da Argentina.
Assim, pode ser encontrado também na Colômbia, Venezuela, Guianas, boa parte do Brasil, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina.
Habitat do cachorro do mato
Com o crescimento das cidades, é natural que o habitat do cachorro do mato acabe sendo prejudicado e isso gera alguns contratempos. Em outras palavras, as cidades crescem e o espaço para esses animais viverem acaba diminuindo.
Dessa forma, acabam ocorrendo situações inusitadas, como casos em que pequenos grupos de cachorro do mato acabam invadindo as cidades. Os animais saem das matas em busca de alimentos e acabam revirando lixeiras e tentando pegar frutos em árvores.
Isso acaba gerando uma série de problemas, desde pessoas que alimentam os animais até infratores que acometem os bichinhos com maus tratos. O cachorro do mato é um animal inofensivo e geralmente sente medo dos seres humanos.
Além disso, alimentar esse tipo de animal silvestre acaba sendo uma atitude negativa, visto que os cachorros se acostumam com a ação dos humanos e perdem sua capacidade natural de encontrar alimentos e caçar. No caso de voltarem para as matas, certamente morrerão de fome.
O aconselhável nesse tipo de situação é não interagir com os cachorros do mato. Ou seja, são animais silvestres que não farão mal algum aos humanos. Portanto, é recomendado o contato com eles e, principalmente, a alimentação.
Recentemente, no ano de 2020, um caso assim aconteceu na cidade de Campinas, em São Paulo. Incêndios que atingiram matas próximas à divisa de Campinas com Valinhos acabaram fazendo esses animais se deslocarem para a cidade em busca de alimento.
Diante de uma situação dessas, o mais correto a ser feito é evitar contato com o cachorro do mato, principalmente não alimentando-o. Além disso, as autoridades devem ser comunicadas a fim de que as providências mais corretas sejam tomadas.
Os ataques de humanos
Conforme já foi possível observar anteriormente, o cachorro do mato acaba sendo atacado pelos humanos em determinados casos. Isso ocorre por pura ignorância, visto que esses animais são inofensivos, jamais atacando pessoas.
Apesar dos problemas relacionados ao habitat do cachorro do mato, ele ainda não é considerado um animal em extinção. Porém, caso não haja uma conscientização da civilização humana, esse risco pode se tornar real nas próximas décadas.
Isso acontece porque o crescimento das cidades e da agricultura acaba tirando o espaço desses animais, como vimos, fazendo com que eles venham para a cidade em busca de alimentos. Desse modo, ataques e maus tratos passam a ser recorrentes.
Os supostos ataques a galinhas e outros tipos de criações fazem com que muitas pessoas cacem o cachorro do mato. Da mesma forma, um fator que prejudica muito esses animais são os constantes atropelamentos em rodovias movimentadas.
Isso demonstra um grande desequilíbrio no meio ambiente, visto que animais silvestres estão adentrando as cidades como um pedido de ajuda. Outras espécies como o cachorro vinagre já são ameaçadas de extinção por conta disso.
A pele do cachorro do mato não possui alto valor no mercado e a sua carne também não é considerada própria para consumo. Portanto, a caça desse tipo de animal é apenas para tirar a vida, o que demonstra grande falta de consciência das pessoas.
Os riscos
A saber, não existem riscos de ataques a humanos por parte do cachorro do mato. A incidência desses animais aparecerem nas cidades está aumentando significativamente por consequência da diminuição de seu habitat.
Por isso, o cachorro do mato acaba aparecendo nas cidades em busca de alimentos. Desse modo, é comum ver pequenos grupos desses animais atacando lixeiras e se alimentando de restos de comida, ou então vê-los apanhando frutos em árvores.
Existe, porém, um grande risco nisso tudo que é justamente o da transmissão de doenças. Existe a possibilidade desses animais transmitirem aos humanos doenças como a leptospirose e a raiva, mas ainda há outros riscos.
Dessa forma, é correto mencionar que existe o risco de cães domésticos transmitirem doenças aos cães silvestres, e vice-versa. Em outras palavras, é possível que um cão não vacinado acabe sofrendo com infecções oriundas dos cachorros do mato.
Da mesma forma, os cães domésticos podem transmitir doenças aos cachorros do mato, inclusive patologias às quais o cão é imune, mas que podem acometer os animais silvestres. Isso pode, em alguma possibilidade, gerar uma transmissão comunitária de diversas doenças.
Além disso, em casos extremos em que se sintam ameaçados, existe a possibilidade de um cachorro do mato morder um humano. Nesse caso, o perigo não é a mordida ou o ferimento causado, mas sim a transmissão da raiva ou outras enfermidades.
Portanto, é sempre válido lembrar que, caso esses animais sejam vistos circulando pela cidade, a coisa mais correta a se fazer é não entrar em contato com eles e acionar as autoridades competentes. O contato deve ser evitado para garantir a integridade dos animais e humanos.
Redação
Rota Policia News