TJ/RO mantém condenação de empresário e vereadores, mas inocenta ex vice-prefeito de Vilhena
“O tribunal corrigiu uma injustiça do qual fui vítima”, disse Jacier Dias
Na última quinta-feira, 27, ao julgar um recurso do ex vice-prefeito de Vilhena, Jacier Dias, a 1ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça de Rondônia o absolveu da acusação de receptação e lavagem de dinheiro. Ele já havia sido condenado em primeira instância pelas mesmas acusações.
Jacier passou 29 dias na Cadeia Pública de Vilhena, e mais 9 meses em prisão domiciliar. Ele foi detido em 2016, quando assumiria a prefeitura, já que o titular do cargo, Zé Rover, também estava na cadeia.
A acusação contra o ex-vice é de que ele teria usado sua influência para receber dois terrenos num loteamento cujo dono foi denunciado e virou delator da PF.
Neste mesmo esquema foram condenados os vereadores Marcos Cabeludo (PHS), Carmozino Alves (PSDC) e Wanderlei Graebin (PSC), bem como o proprietário do empreendimento imobiliário.
Ao manter as condenações dos outros quatro denunciados e absolver apenas Jacier, o TJ não viu crime na conduta dele, que comprou os terrenos de Carmozino e pagou pelos imóveis com cheque nominal.
Quanto à acusação de lavagem de dinheiro, o próprio Ministério Público alegou, durante o julgamento virtual, que o vilhenense deveria ser inocentado, já que os imóveis que motivaram a denúncia foram registrados em nome da esposa dele, portanto, sendo incorporado ao patrimônio da família.
A sustentação oral, no TJ, foi feita pelo promotor Eriberto Gomes Barroso, que seguiu o mesmo entendimento, manifestado por escrito, de Charles Tadeu Anderson, procurador de justiça que também atuou no caso.
Esse era o único processo que Jacier respondia, referente ao “esquema do loteamento”, que rendeu a prisão de vários vereadores e transformou empresários em delatores.
O ex-vice também não é investigado em outras ações da Polícia Federal que, desde 2015, devassou a prefeitura e revelou várias ilegalidades envolvendo personagens da vida privada e agentes públicos.
Procurado, Jacier disse que “o tribunal corrigiu uma injustiça do qual fui vítima. Desde o início deste processo, sempre aleguei inocência, pois havia adquirido os imóveis de forma legal, como ocorreu com tantas outras pessoas que compraram terrenos sob suspeita”.
A sustentação oral em favor de Dias no TJ foi feita pela advogada Vera Lúcia Paixão.
https://youtu.be/X9AW_-XDKLA
Fonte: G1 / Folha do SUl